CARMICES
Há um bom par de décadas, estava São Tomé a tentar sair do ruinoso sovietismo em a que a independência o mergulhara, dei comigo a ler um livro de História que servia para ensinar tal matéria às criancinhas que ao ensino acesso tinham. Rezava o tal livro (de produção cubana) que a humanidade tinha vivido no mais total obscurantismo até que... se deu a gloriosa revolução soviética, que veio iluminar as trevas. Aí, começou a História. O que antes houve, se houve, dela não faz parte.
A Constituição Portuguesa da terceira República faz coisa parecida. O seu primeiro artigo define Portugal: “Portugal é uma República...”. Definir é limitar. Portanto, Portugal começou a existir em 1910. O que antes houve, ou nunca existiu, ou não era Portugal.
Vem isto a propósito de uma senhora que estabeleceu a qualidade fundamental da realidade:. A “realidade é de esquerda”, escreveu ela. Portanto, o que não é de esquerda, ou é mentira, ou não faz parte do mundo real.
Tal senhora faz parte da inumerável colecção de esquerdistas, fêmeas e machos, que enxameiam as páginas do “Público”. Julgo ser a mais nova aquisição da organização. Mas, mesmo comparada com o inenarrável Boaventura, ou o sovietista Lof, a senhora tem uma indiscutível qualidade: é claramente tonta. Vale a pena lê-la, para ajuizar onde pode chegar a tontice. Ultimamente, dedica-se à propaganda dos meninos que se colam ao chão para “salvar o planeta” e que proferem slogans de uma ignorância chocante – mesmo para os apóstolos da causa -, dislates diversos, frases mal feitas, parvoeiras, etc. Isto, além exigir a demissão de um ministro porque o homem sabe com profundidade umas coisas de petróleos e de energias ditas renováveis. É verdade que tal senhora não está só. Dona Catarina Martins (entre outros), também ela ou meia paranoica ou meramente oportunista, aproveita a procissão para mais umas tiradas demagógicas.
A cruzada dos mentecaptos deve ser, na triste cabecinha da dona Carmo Afonso (advogada ao serviço editorial do “Público”) uma realidade de esquerda, a única que existe!
Os media não deixam também de parangonar os seguidores da maluquinha sueca. Parece que a matéria dá público, ou cria público. Vende.
18.11.22