CARROCEIRADAS
Aqui há meses, o governo anunciou que a sobretaxa do IRS seria reduzida de acordo com a evolução das receitas do IVA e do IRS. A gritaria emergiu automaticamente. Os impostos iam aumentar porque, primeiro, para haver mais receita era preciso que houvesse mais impostos e, segundo, porque, se a cobrança fosse menos volumosa que no ano passado, pela ordem natural das coisas também haveria subida de impostos. Era o que o governo, subliminarmente, queria dizer!
O tempo foi passando. Os impostos não foram aumentados, mas as receitas subiram, o que, para espíritos não estragados por ideologias socialistas, quer dizer que a actividade económica melhorou. Mas a idiossincracia socialista não desarmou. Se houver mais receita tal só quer dizer que a máquina fiscal é totalitária, repressiva e persecutória.
Agora, o governo fez as contas do primeiro semestre e apurou que, a continuar a tendência verificada, será possível creditar aos cidadãos uns vinte por cento da sobretaxa.
Boas notícias, dirão os menos informados pelo socialismo. A filarmónica, pelo contrário, pôs os trombones a funcionar. O PC e o BE disseram as alarvidades do costume, que o governo estava a fazer campanha eleitoral, que os cidadãos estavam a ser enganados, etc.. O costume, de reduzido interesse. O PS, esse, mandou um sacripanta do socratismo e membro da ala mais esquerdoide do partido - por conseguinte fiel amigo do Costa - um tal Santos, dar a corda às barbas e desatar num chorrilho de insultos, bojardas e dislates mais próprios dum carroceiro que dum político minimamente decente.
Que diabo, para quê tanto nervosismo? O Costa não vê que, com amigos destes, se autoclassifica de forma ainda mais rasca do que, na verdade, merece?
25.7.15