CDS, DO TÁXI À TROTINETE
O que segue foi mais ou menos assim:
Há muitos anos (1985?), o CDS, chefiado por Lucas Pires, ficou “só” com 15 deputados. Lucas Pires demitiu-se por achar pouco. Na campanha eleitoral, Lucas Pires defendia ideias liberais. Adriano Moreira, seu número dois na lista (ou número um em Lisboa?), fazia campanha contra “esses senhores que andam para aí a defender o liberalismo”. Tornou-se líder do partido. O grupo parlamentar dividiu-se entre piristas, adrianistas, freitistas e não sei se mais. Lembro-me de um tipo que eu conhecia (já falecido), ferrenho adrianaista que, quando lhe chamei a atenção para o estado a que o partido tinha sido levado, me disse (nunca esqueci) “antes nós e poucos que eles e muitos”. Na eleição seguinte, sob as ordens de Adriano Moreira, o CDS transformou-se no célebre “partido do táxi”, com quatro deputados (ou 5?). Belo resultado do adrianismo anti-liberal.
A actual situação do partido fez-me lembrar estes episódios, os quais, guardadas as devidas distâncias, têm o seu quê de semelhante. Chefiado por um ridículo rapazola, muito ocupado em guerrilhas e cioso do seu lugar e do seu vazio (Adriano, ao menos, tinha ideias), dividiu o CDS em não sei quantas fracções e prepara-se para reeditar o slogan “antes nós e poucos que eles e muitos”. A história repete-se, com outros actores. A diferença é que, com Adriano, ainda conseguiram um táxi. Com este, ou muito me angano, ou nem uma trotinete.
É pena.
8.11.21