CHINESICES
Não sei se a ribombante visita do imperador da China a este jardim foi, em termos de longo prazo, coisa boa ou coisa má. Para já, muita parra e pouca uva. Uns memorandos, uns contratinhos, e disse. Um mijarete.
Tudo o que aí vem, se chegar a vir, está para acontecer. A partir de agora a nacional burocracia tratará do assunto com a habitual eficácia. Para já, fogo de vista. Quanto à entrada dos chineses na produção, à alteração profunda das relações económicas, só blabla, e só blabla do lado de cá. A tal respeito, o imperador nada disse. Moita carrasco. De concreto e de valia, parece que só ficou o apetite dos chineses por uma boa fatia do porto de Sines.
Há quem diga que é um futuro radioso o que aí vem, há quem defenda que vai ser uma desgraça, uma submissão, o fim da soberania nacional, o diabo a quatro.
Também há os que tremem, na “Europa”. Estão muito preocupados com esta abertura do importantíssimo Portugal à investida do império do meio. Esquecem que os chineses já meteram, por essa Europa fora, muito mais milhões que por cá. Enfim, a ver vamos, como diz o cego, ou vamos lá a ver, como diz o Costa.
As relações sino-lusas, com mais de quinhentos anos, foram muito gabadas. A única excepção à xenofobia da dinastia quando entregou Macau aos portugueses foi aniquilada quando Mário Soares declarou que Macau era território chinês sem que chinês nenhum o tivesse sugerido. Os chineses não têm por hábito contradizer-se e são muito respeitadores dos seus compromissos. Até o camarada Mao, salvo erro em 1966, declarou que não havia qualquer problema com a nossa presença no local. Mas as coisas são como são, deram-lhes a mão, eles aproveitaram. Adiante.
Como posição a referir da parte do nosso governo, fora da pompa dos dias, temos a notabilíssima declaração de uma senhora do governo cujo nome não me ocorre. Assim: “Por favor, usem-nos, como porta de entrada, como cobaias, para testarem (sic) a forma de entrarem (sic) na Europa”.
Não me apetece nada ser cobaia. Vão testar a senhora secretária de Estado.
6.12.18
ET. Não acabava, quando uma figura se nos mostra no ar, robusta e válida, de enorme e grandíssima estatura: Luís de Camões, Lusíadas, episódio do Adamastor.
Desta vez, a "figura" foi o Bloco de Esquerda. Altaneiro, a boca negra, os dentes amarelos, atacou. Gente que não respeita os direitos humanos, rua! A não ser que se trate do Maduro, do Fidel, ou do KIM. Viva o socialismo especializado do BE!
O imperador borrou-se de medo, como a Merkel quando o Pedro N Santos disse que a ia pôr de joelhos.