COM A MENTIRA ENGANAS
Tal a célebre marquesa que punha as mamas em cima da mesa, o celebrado sucessor do senhor Dysselbloem, valendo-se da esmerada educação que o caracteriza, chamou “iletrado em economia e aritmética” a um deputado do PSD que tinha tido o desplante de dizer umas verdades. O IRRITADO lamenta profundamente, não que o Centeno tenha dito a bojarda (o que é normal para o socialismo nacional), mas que o rapaz do PSD não lhe tenha perguntado se se estava a ver ao espelho e não tenha saído da sala para não ter que aturar alarves daquele calibre. É que não há uma única, repito, uma única vez em que o Centeno tenha previsto com um mínimo de exactidão o que ia acontecer, como não há uma única vez em que não tenha manipulado, martelado, aldrabado os números a benefício da propaganda.
Ontem, a coisa era difícil. A mais alta carga de impostos de que há registo, não era, afinal, tão carga como isso. Segundo o Centeno, perito em fazer de nós irrecuperáveis pacóvios, a carga era a maior, mas não o era a maior, era uma coisa assim assim, mais ou menos assado, cozido e frito, e todos devíamos estar agradecidos, veneradores e temerosos da sua alta “literacia”.
Não há limites para o esterco que sai da boca dos geringonços. Vale tudo, menos a verdade. E quem não acreditar na mentira sofre de iliteracia. Verdades para quê?
5.4.18