CONTRA A ECONOMIA, LUTA CONTÍNUA!
Perante as mais altas figuras da destruição da economia – o Arménio, a Avoila, o fulano da UGT/PS (que vergonha!), o Jerónimo, um rapazola do BE e outros figurões, deu-se ontem o nocturno, festivo e natalício dealbar da greve dos CTT.
É sabido que a companhia atravessa um momento difícil, que os accionistas sacam dividendos de montante pouco entendível, que a malta anda com dificuldades com o correio clássico, etc. Mas também é sabido que tal correio está em queda vertiginosa, que a adaptação aos novos tempos não é fácil, que talvez os CTT devessem ter reagido mais cedo.
Numa primeira observação, e a título de parêntessis, verifica-se que o direito à greve não é igual para todos. Os que a fazem têm direito a ela, os que não estão de acordo não têm direito a não estar de acordo. Nesta brilhante conformidade, os grevistas, instigados pelos figurões acima citados, trataram de impedir os camiões dos CTT de sair para a distribuição da noite. Exemplar e esclarecedor do que esta malta entende por “direito”.
As circunstâncias do mercado impõem, cá como por toda a parte, uma reestruturação dos serviços postais. Já há Estados que pagam aos concessionários para distribuir correio. Sendo, a meu ver, um erro, é sintomático da situação.
Por cá, reage-se de outra maneira. Os adeptos do costume clamam pela nacionalização, isto é, pela distribuição equitativa dos prejuízos em que as empresas públicas são férteis. Os trabalhadores, esses, perante uma indispensável redução de pessoal, feita de forma paulatina, legal e pacífica, acham que se deve meter mais gente e pagar mais. O chamado governo, moita carrasco. Tudo atitudes inteligentes, como é de ver.
Enfim, na melhor das hipóteses pode ser que a crise passe. Na certeza de que os coveiros da economia continuarão a ganhar poder, pelo menos enquanto houver geringonça. Os exemplos multiplicam-se. Só não verá quem não quiser ver.
21.12.17