COSTA, O DEMAGOGO IGNORANTE
De um modo geral, o indígena – é o meu caso – não percebe lá muito bem porque é que um empréstimo não é um activo, isto é, porque será que a UE o escritura como passivo. No caso do Novo Banco, a desculpa será a de que não foi pago dentro do prazo. Ora o prazo foi estendido sine die, com o acordo da UE. Longíssimo de ser um incobrável, não pode deixar de ser um activo.
Uma vez escriturado assim, ficaria a ideia que, sendo de 2014, viria a ter reflexos no défice deste ano. Mas não. Trata-se de pura mistificação, que a UE já veio confirmar. É só escrita, sem nenhuma consequência prática. Perceba quem quiser estes critérios. Um activo convertido em passivo, que não é passivo nem activo. Um conceito novo, para quem anda cá por baixo. Tropelias contabilísticas fora do alcance dos meus neurónios.
Outra história é a do desesperado esbracejar desse monumental flop que se chama António Costa. Terá cortado relações com o Centeno & Cª? Os cérebros macroeconómicos não o esclareceram, como fizeram, a destempo, noutros casos em que a sua irremediável ignorância o fez meter os pés pelas mãos? Não se sabe. O mais provável é que tais artistas lhe tenham explicado a história, mas que ele tenha preferido a demagogia às contas, um hábito que se está a transformar em tique.
Saúde-se, no entanto, a recuperação socialista da credibilidade do INE. O INE que, segundo o pensamento costista, aldrabou os números do desemprego, desta feita acertou! Tal e tão esclareciso pensamento pariu duas conclusões: primeiro, que o défice de 2014 é maior que o de 2011; segundo, que o défice de 2015 será superior ao objectivo. Quanto à primeira conclusão, se o aldrabão tivesse lido o que o próprio INE escreveu sobre o assunto, ou ouvido o que disse a CE, saberia que era falsa; quanto à segunda, trata-se de futurologia, ou astrologia socialista. Vale o que vale, ou seja, nada.
Esperemos que a dinâmica de derrota não abandone o PS daqui até às eleições. Esperemos que o pobre Costa continue tão desmascaradamente demagogo como até aqui. Caso contrário, sem futurologia nenhuma, espera-nos um miserável futuro.
24.9.15