COVEIROS
Toda a gente sabe que o Rio, como líder, como oposicionista, como comunicador, é um zero. Cada cavadela cada minhoca. Carisma, zero, empatia, zero. Equipa, zero, ou menos. Será inteligente, talvez. Honesto, não duvido. Mas é tudo. Inteligência e honestidade são qualidades que deviam ser indispensáveis, ainda que um tanto fora de moda. Num país onde a inteligência política, transformada em esperteza, abunda, e a honestidade escasseia, dir-se-ia ser desejável que um político como Rio tivesse sucesso. Pois, mas não tem. Faltam-lhe coragem, pensamento criador, ousadia, comunicação, ideias que se identifiquem com outros caminhos que não os que conduzem à desgraça galopante em que vivemos. Rio não tem nada disto e, mais grave, não dá por isso. Continua a insistir em que não é de direita, num país dominado por uma esquerda sem escrúpulos que o despreza olimpicamente e onde tudo o que não for socialista, comunista ou radical de esquerda não pode ser outra coisa. Mas Rio não percebe isto nem reconhece que, numa sociedade tão torcida para a esquerda como a nossa, de direita é toda a gente que não come a sopa podre do PS, temperada com o picante da esquerda revolucionária, a populista e a obsoleta. Mas ele come. O que fica da sua acção é o seguidismo - em nome da “Pátria”, da “estabilidade”, “dos objectivos comuns” (os que não são “comuns” é como se não existissem). Restam-lhe umas bocas ocasionais. Transformou a oposição à trapalhice socialista, à ruína socialista, à propaganda socialista, em coisa politicamente inexistente. Dos seus áulicos, aqueles, poucos, de que se poderia esperar qualquer coisinha, estão calados como ratos. Os demais estão contentes.
Diria o bom senso que é preciso ter paciência para esperar. Mas a urgência e os interesses legítimos das pessoas mereciam pressa. Pena é que seja preciso que o Rio leve uma tunda nas autárquicas para nos vermos livres dele e dos outros coveiros do partido.
30.5.21