CULPA?
Desde há mais de três meses que os estivadores de Setúbal recusam fazer horas extraordinárias. Desde há 22 dias que, simplesmente, não trabalham. Para o país, os prejuízos são colossais.
Não sei se têm razão se não têm, nem sou especialista em reivindicações ou greves. Mas sei que a gravíssima situação se prolongou por mais de cem dias sem que o chamado governo tenha mexido uma palha. Pode ser que a governamental agremiação não queira meter-se em alhadas deste tipo, o que, em princípio, pode não estar errado. O que está errado é que um movimento com as consequências nacionais deste calibre só mais de 100 dias depois tenha merecido a imperial intervenção da chamada ministra do mar para tentar qualquer coisa. Parece que, amanhã, 4ª feira 28.11, vai haver uma reunião com a dita camarada.
O IRRITADO compreende perfeitamente que a geringoncial instituição em geral e a dona ministra em particular tenham mais que fazer que ocupar-se com este tipo de ninharias. É costume.
Desta vez, ao contrário de Pedrógão, de Tancos, de Borba, etc., não pode dizer-se que tal gente esteja na origem dos problemas - só das diversas pessegadas que se lhes seguiram. Mas está, certamente, na origem do monumental prolongamento dos prejuízos nacionais. Não é da sua responsabilidade que os estivadores e os patrões dos estivadores sejam o que são. Mas é, mais uma vez, de sua exclusiva culpa que a situação tenha chegado onde chegou.
Por muito menos, a tal ministra interveio na questão dos estivadores de Lisboa, com os brilhantes resultados que são conhecidos. Saíu da coisa gloriosamente, tendo transformado o Porto de Lisboa no mais caro de todos. Foi brilhante.
Desta vez, o rabinho fugiu-lhe à seringa por mais de três meses. Na certeza de que jamais será responsável seja pelo que for, como é timbre e lema da organização a que pertence.
27.11.18