DA DESEUCALIPTIZAÇÃO
Parece que o governo que temos se prepara para arrendar as propriedades particulares que, no seguimento dos incêndios, se encontram abandonadas. Muito bem. Como? O Estado, através de (mais) uma entidade, e seguindo os seus altos critérios, avaliará as rendas a pagar, assim introduzindo uma prática que consiste em ser o rendeiro a estabelecer o valor da renda. Será mais uma inenarrável trapalhada, como é de calcular. A intenção poderá ser boa mas, a avaliar por inúmeras experiências do passado, não é provável que passe daquilo mesmo: trapalhada.
Diz o senhor secretário de Estado que o o dito Estado é mais competente que os privados na gestão das florestas, o que também carece de prova, não sendo abonatória a experiência do passado, como, por exemplo, ficou patente, e patente ainda está, no pinhal de Leiria.
É claro que os proprietários que o queiram, terão seis meses para repor o ardido ou abandonado, não se fazendo ideia de quando começará tal prazo. Se for como de costume, daqui até à entrada em vigor do emaranhado de leis, portarias e regulamentos que será preciso estudar, propor e publicar, bem poderá o pagode esperar sentado.
E, atenção! Que não lhes passe pela cabeça plantar eucaliptos, que o PC e o Bloco proibiram e o PS acha muito bem, por inextricáveis razões ecocientíficas. Por causa das moscas, há uns papeleiros que já se preveniram: vão para a Galiza, e passam a reforçar as exportações espanholas. Uma consequência da ecopatriótica política económica do governo e dos seus ex-sócios.
Enfim a coisa vai ter que se lhe diga durante uns tempos, que o IRRITADO estima em décadas. Como, entretanto, o assunto deixará de ocupar as páginas dos jornais, não se preocupem.
Para que não se diga que o IRRITADO diz mal de tudo o que mete o PS, aqui fica que as intenções do senhor secretário de Estado podem, como acima disse, lá no fundo, ser boas. Mas de boas intenções estamos cheios.
9.5.22