DA ESTUPIDEZ HUMANA
À volta da Praça de Touros do Campo Pequeno está a PSP a instalar barreiras metálicas a fim de garantir a segurança das pessoas que, civilizadamente, vão esta noite assistir a um espectáculo taurino, ao qual acresce uma homenagem internacional a um famoso cavaleiro tauromáquico.
Porque estará em causa a segurança física, social e mental das pessoas que querem assistir a tal espectáculo? Serão as barreiras um exagero policial? Não são, justificam-se plenamente. É que, segundo notícias largamente divulgadas, vai haver bandos de díscolos que, sob o alto patrocínio de uma senhora bochechuda, julgo que do PAN, tais pessoas vão ser insultadas, voire agredidas, pela ululante horda de malfeitores, apostados em acabar com tais espectáculos e em ferozmente condenar o homenageado.
Parece que, numa propriedade do referido Senhor, morreram ou adoeceram uns cães por via de falta de tratamento adequado. Corre o assunto pelos tribunais, não se sabendo ainda quem será o culpado de tal malfeitoria, por acção ou omissão.
Portanto, condene-se o homem na praça pública, sem sequer considerar que a homenagem lhe é devida por amor à sua arte, não por falta de atenção aos cães.
É engraçado, isto é, não tem graça nenhuma que as mesmas gentes que se dizem ecologistas, defensores da diversidade genética e de matérias do género, se afadiguem a gritar na rua pela extinção de uma espécie de animal superior, cuja existência se deve, exclusivamente, à tauromaquia. De caminho, estes extremosos defensores dos animais, trabalham também para extinguir os habitats que ao touro bravo são destinados, acabar com o equilíbrio natural que proporcionam a uma importante região do país, dar cabo do emprego de muita, muita gente. De uma assentada, estes “activistas” querem condenar à morte uma espécie (para não falar dos cavalos), uma actividade económica, mandar para o desemprego as pessoas que dela dependem, arruinar uma paisagem natural equilibrada e esforçadamente cuidada com toda o escrúpulo ecológico.
Porque não se dedicam a defender os triliões de insectos, os milhares de milhares de aves migratórias, as centenas de rapinas e de outras aves de grande porte que os moinhos de vento matam todos os dias? Porque não se dedicam a condenar as “searas” de painéis solares que estupidificam a apaisagem, coisa que tão facilmente condenam se tal for motivado por estufas altamente produtivas e economicamente viáveis? Porque não reconhecem que moinhos de vento e painéis solares são a fonte dos intoleráveis preços de energia que nos esmagam? Isto para dar alguns exemplos da utilidade que as ânsias vitais de tal gente poderia ter se fossem acompanhadas por alguma dose de inteligência. Mas não são coisas que lhes interessem, o que lhes interessa é a barulheira: é para isso que vão ao Campo Pequeno.
O que vai acontecer é a prova provada da mais brutal ignorância e da mais inenarrável estupidez.
26.8.21