DA FAMA NÃO SE SAFAM
A dona Não-sei-quantas, tida por ministra da cultura, resolveu ir à caixa das esmolas e desencantar um milhãozito para oferecer a um leque de artistas do gabarito do Tordo para que venham à Televisão do Estado, conhecida por RTP, dar largas à arte que consta dever ser paga pelo cidadão. Por um mero milhão, propõe a criatura aliviar a nossa situação oferecendo-nos o desgosto de ver tal gente a ganhar o dela (quanto toca a cada um?), enquanto a comum maralha entra no layoff, no desemprego, na mais horrível das carências, etc., e perspectivando-se uma crise económica cujas características seriam, há bem pouco, inimagináveis, e que há alguns pessimistas bem informados a garantir que terão dimensões ciclópicas.
O IRRITADO agradece a generosidade da ministerial criatura, mais que não seja porque nos ajuda a pôr a nu, por um lado alto critério do socilalismo-nacional, por outro o insigne altruismo, perdão, o desbragado oportunismo dos tais artistas.
Há por aí muita gente, não artistas se aplicarmos os governamentais critérios, que põem à disposição do indigente inúmeras manifestações da sua por certo não-arte, músicos, piadéticos, ilusionistas e outros, a tentar aliviar o tenebroso dia-a-dia dos seus concidadãos, isto sem cobrar um chavo. Mas não interessam ao governo.
Enfim, parece que andam em circulação vários protestos contra a iniciativa. Mas, mesmo que consigam acabar com ela, o mal está feito, não se safam a indivídua e o chamado governo da fama que merecem.
9.4.20