DA HONRA DO SISTEMA
Tem sido épica a luta dos esquerdoidos contra o Chega. Convencidos de que tal orgenização vai ter uns alguidares de votos, entraram em pânico. O último argumento que lhes resta é brandir a ameaça do Chega. Como os votos dos deputados do Chega valem tanto como os dos outros, tremelicam de pavor com tal repetidíssima ideia.
Não é desejável que o Chega tenha o “triunfo” que as sondagens apregoam. Tal e qual como não é desejável que o BE ou o PC os tenham. Porque será que os votos dos deputados do Chega valem menos do que valeram ao PS os dos partidos comunistas?
Ainda ontem, o trauliteiro-mor do PS, um tal Santos Silva, dizia que há uma grande diferença entre a extrema direita e a extrema esquerda. Porquê? Porque a extrema direita põe em causa alguns valores expressos na Contituição, diz ele. Talvez. E a extrema esquerda? Não põe em causa os tratados que a III República, constitucionalmente, consagra? Não é, pelo menos no caso do PC, contra o Euro? Não têm estes como referência política e moral a ditadura soviética? Ou o sistema advogado pelo do Tsipras? Ou não negam a economia de mercado que a União Europeia consagra, com os países que subscrevem os respectivos tratados? Como é que um partido como o BE, que jamais denunciou o seu “albanismo” original, ou como o PC que nunca abjurou da seu sovietismo de base, são “pilares de democracia"?
O trauliteiro do Largo do Rato e os seus parceiros do BE, do PC e do PNSantos, podem espernear à vontade, podem exibir os “raciocínios” que entenderem, mas jamais se livrarão da verdade que está à vista de todos: foi o PS quem, durante seis anos, ficou a dever o seu poder a partidos que negam princípios basilares da Constituição. E é o PS que, apesar de traído por eles, se prepara, sem honra nem vergonha, para ressuscitar as suas espúrias alianças.
Com gente como Santos Silva (leia-se gente do PS), jamais a III República recuperará a honra e a dignidade da Democracia Portuguesa. E não colhe, como é evidente, espernear contra algo que não existe, sobretudo brandindo patacoadas com a da “aliança” dos Açores.
27.1.22