DA INCONVENIÊNCIA DA VERDADE
As esquerdas, donas e senhoras do regime, proprietárias da democracia, produtoras da “moral republicana” que impõem sem lugar a contraditório, que roubam a independência individual ao mesmo tempo que clamam pela política “para as pessoas”, andam, tremebundas e inquietas com a existência de 1 (um) deputado dito de extrema direita e com o seu evidente sucesso. Mas, como as evidências demonstram, tal deputado ainda nada disse que, ou ponha em causa a democracia liberal, ou não se limite a sublinhar o que tal gente, há quarenta anos, vem metendo debaixo do tapete. O homem diz que há deputados a mais, ideia com o que a esmagadora generalidade dos eleitores concorda. Se tivéssemos a mesma proporção de deputados que têm, por exemplo, o Reino Unido e a Espanha, teríamos um número à volta de cem. Temos trezentos. O homem diz que há grupos sociais, como os ciganos, que não se querem integrar, que não respeitam normas gerais, que tendem para a violência. Toda a gente sabe que isto é verdade, podendo divergir nos remédios, mas não a negando. O homem protesta contra a carga fiscal e o comportamento do fisco. Quem não concorda? O homem propõe que se comemore o 25 de Novembro como data chave da criação da Democracia, coisa que toda a gente (mesmo os que preferiam ter continuado a revolução comunista) sabe ser verdade.
Mas a verdade não é coisa que interesse às esquerdas, incluindo a que se diz democrata à moda ocidental (o PS). Interessa-lhe o poder, interessa-lhe tapar o que possa não lhe ser conveniente, mesmo que verdadeiro, ou que possa vir a pôr em risco ou desmascarar tal poder. O tapete da esquerda encobre tudo o que não lhe convem, recusa a vassoura lá por baixo, nega ou tapa os tenebrosos momentos da sua história, louvaminha as maravilhas do totalitarismo de esquerda e os seus autores ao mesmo tempo que condena o que generaliza com o epíteto de fascista, ou seja, todos os que não têm exactamente a sua posição, do PSD de antes do Rio ao Chega.
Mas a mais tenebrosa, odienta e super racista das portuguesas, dona Joacina, cujo único argumento eleitoral foi a raça, essa é incensada com ditirâmbicos elogios. Fala de “amor” como se não fosse a primeira a fomentar o seu contrário. Mas, como é de esquerda, é uma excelsa senhora, cheia de maravilhosas ideias, a merecer os encómios e a propaganda mediática que a rodeia.
É nisto que estamos. A verdade é inconveniente, uma chatice. A mentira, se for socialista, é uma virtude.
15.11.19