DA INDIGNAÇÃO DOS MEC's
Em tempos que já lá vão, havia um comentador piadétido, conhecido por MEC (Miguel Esteves Cardoso), que opinava em colaboração com Paulo Portas num jornal cujo nome já esqueci. Concedo que o homem tinha a sua graça. Hoje, não tem graça nenhuma. Deve ser da idade, ou da gordura. Mantém por aí umas crónicas especializadas em petiscos, tapas, cabidelas várias e, às vezes, em incursões político-sociais.
Um dia destes, o homem resolveu alinhar com um bando que, sob a alta direcção do senhor Manuel Loff , parece que publicou um “manifesto” a condenar o nacionalismo espanhol e a louvar o independentismo catalão. Como se nota, para os loffes os espanhóis é que são nacionalistas, os catalães sessecionistas não. Tudo de pernas para o ar. Malhas que a mente tece, sobretudo quando se é vesgo. À laia de prefácio, o tal manifesto declara que as urnas ditaram a “vitória independentista”. Ignora que os votos dos pró-Espanha foi mais que os dos ditos independentistas, via salganhada ideológica que por lá se espoja. À semelhança do Portugal costista, cozinharam um maioria parlamentar destinada a virar do avesso a vontade expressa nas urnas. Mas, mesmo que os adeptos da demagogia independentista tivessem tido mais votos, tivessem alguma sombra de legitimidade para exigir a independência e a conseguissem, que fazer aos que queriam continuar espanhóis? Perdiam a nacionalidade? Passavam a estrangeiros no seu próprio país? Emigravam compulsivamente? Dar nova nacionalidade a uns equivale a tirá-la a outros. E o que é que os tipos do manifesto têm a dizer a isto, tão preocupados que andam a defender os direitos humanos que os puigmontes querem abolir na catalunha?
Acrescento, para cabal esclarecimento de quem isto ler, que os outros subscritores do manifesto são André Freire e Fernando Rosas, dois esquerdalhos de alto coturno, grandes defensores dos “direitos humanos” em versão criptcomunista, ou criptofascista, como queiram. Estão muito preocupados, como o MEC, com os direitos políticos dos puigmontes, os dos demais não interessam, são para esquecer. E esquecem também que os feitos de tal gente são crimes à luz do Direito democrático e constitucional de um país democrático.
Não me chocaria se, através de um indulto real ou equivalente, os criminosos fossem perdoados e voltassem a casa em liberdade. Desde que, como é evidente, se retratassem em relação às bojardas anti-democráticas em que vivem mergulhados e em que mergulharam uma parte minoritária dos que se dizem catalães. Talvez a troco, concedo, de algum reforço de autonomia. Mas parece que isso é o que está de fora das cabeças tontas dos puigmontes.
A ver vamos. Até lá, se estão presos é segundo a lei legítima em vigor, por muito isto choque os meques e os esquerdoidos da nossa praça.
3.4.18