DA MINISTRA DA DOENÇA
Nunca fui contra as loiras, espécie que tem sido vítima de cruéis e imerecidas anedotas, todas tendentes a demonstrar a escassez de neurónios que, dizem os falocratas, é sua inelutável característica. Não estou de acordo: nas loiras como nas morenas há de tudo.
Posta esta posição de princípio, anuncio que estamos perante uma loira, eventualmente oxigenada, que me dá razão: é altamente inteligente e até já foi objecto de um post nesta sede. Diz-se que é ministra da saúde de um governo que está mais apostado na propagação da doença que na defesa da saúde.
Mal refeito das declarações de tal cidadã sobre o Hospital de Braga, apanho com a dita a perorar, sorridentíssima, na televisão pública.
O falador de serviço perguntou-lhe se já tinha morrido algum dos 6.000 indígenas que não foram operados por causa do banditismo dos enfermeiros. Arreganhando os dentinhos, a senhora respondeu que não sabia, nem tinha nada com isso. Perguntem aos bastonários, disse ela (!!!). Admirável coerência com a postura governamental: nunca, jamais, a geringonça foi, é, ou será responsável seja por que desgraça for, nem sabe nada dessas coisas.
A propósito das cirurgias, a fulana citou este notável exemplo: há doentes que não querem ser operados no privado, preferem ficar à espera! Tal é a fé na excelência do sistema, tal é a admiração do povo pela medicina totalmente estatizada.
Sobre a nova lei da saúde, cuja principal autora, tais as tropelias que o projecto sofreu, não foi convidada para a respectiva sessão de aprentação, a estrela deste post não foi de modas: declarou com toda a simplicidade que tal lei nada tem a ver com o funcionamento do sistema: trata-se de uma “questão ideológica”. O que é isso de boa gestão, eficácia, poupança, investimento, respeito por quem sofre? Tudo coisas que não interessam, o que interessa é a ideologia. Segundo ela, o Estado é que importa, a sociedade que se lixe. O Estado é bom por natureza, os cidadãos são pormenor, os privados são um cancro a estripar.
E os enfermeiros? Os enfermeiros, esses, funcionam na perfeição com as trinta e cinco horas, isso de trabalhar menos 12,5% do que antes é uma maravilha, não custa nada ao contribuinte. É a ideologia, percebem, ó burros!
Num tempo em que a saúde pública está pelas ruas da amargura, importa acabar a saúde privada, que é o que ainda vai funcionando.
Aqui temos o estado a que o Estado chegou. O IRRITADO garante que vai ser ainda pior. Mas a loirinha ficará contentíssima, sorridente, toda pinoca. Mais uma esquerdoida a funcionar.
14.12.18