DA MORTE DO SNS
Se a sua sogra tiver uma dor no peito e você a levar ao hospital, os tipos não a levam a um cardiologista. Não há lá disso. Põem-lhe o termómetro, fazem a análise aos covides e, se tiver febre e/ou der positivo, tomam conta dela e nunca mais a largam, no hospital, em casa, se calhar na rua. Se não tiver febre nem covides, mandam-na para casa. Você diz: mas... e a dor no peito? A resposta quase certa, será: vá para casa, ou procure um médico. Se a senhora morrer, não morreu com a dor no peito, se não tinha covide, foi morte natural. Se morrer da dor no peito e tinha covide, morreu de covide. É óptimo para as estatísticas.
Isto não é um exagero. Passados meses de loas ao Serviço Nacional de Saúde, aos heróis do dito (algum morreu de covide?, algum está, ou esteve, nos cuidados intensivos por causa do covide?), o tal serviço deixou simplesmente de existir. Ou tens covide, ou vai morrer longe. Se precisares de uma cirurgia, de assistência médica, de uma simples consulta, vai bater a outra porta, se houver outra porta.
Ninguém sabe a causa das mortes. Se um paciente, com DPOC, com falhas cardíacas, com infecções bacterianas, com doenças oncológicas graves, com 85 anos, tinha covide, morreu de covide. As estatísticas agradecem pela ajuda dada ao terror. Havemos de chegar ao caso de um tipo que morreu atropelado: se na autópsia encontrarem covide, morreu de covide.
Não sei quantos portugueses dão a devida atenção ao valor das estatísticas oficiais. Mas não vejo, não leio, não ouço vivalma a perguntar quantos teriam morrido se não houvesse covide, qual é a real influência do vírus na letalidade geral.
A coisa está minuciosamente montada para manter o medo. Se o medo alimentasse alguém, estávamos todos no melhor dos mundos.
Eu sei que a psicose é universal, não é só o nosso governo que aproveita para mascarar a verdade.
Só sei que perdi o direito à verdade, à liberdade, ao arraial de Santo António, ao futebol e a outras coisas que, no meu caso, funcionam como o martelo lá de casa – só raramente o uso, mas sei que está na dispensa. O Estado roubou-me o martelo. Resta saber para quê. Com que resultado já se sabe.
13.6.20