DA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
Docemente reunidos na chamada Comissão do BES, os pais da Pátria receberam uma missiva do Dr. Ricardo Salgado.
A que se destinava a coisa? Basicamente a assacar responsabilidades da derrocada da sua organização nada menos que ao Presidente da República, ao Primeiro-ministro, ao Vice-primeiro-ministro e não sei mais a quem. Os ditos, no douto parecer do remetente, estariam metidos na marosca... porque o tinham recebido por duas vezes!
Não é de espantar que o Dr. Salgado tenha tomado esta iniciativa, uma vez que culpar terceiros parece ser a sua mais querida, profunda e informada especialidade.
De espantar é que os ilustres deputados, pelo menos os da esquerda parlamentar, tenham desatado numa gritaria descomunal, que querem ver lá o PM, o VPM e até, imagine-se, querem que o PR, por eles interrogado (?), lhes responda por escrito.
Toda a gente sabe que o PR e o governo recusaram adiantar uns milhares de milhões para ajudar o grupo Espírito Santo a tapar a buracaria em que se meteu.
Mas os tais partidos não são de modas.
Se o Estado tivesse aberto os cordões à bolsa, aqui d’el Rei que estava a gastar - à moda do PS - o nosso dinheiro para ajudar banqueiros mamões e exploradores do povo. Como o Estado não se meteu na tramóia, aqui d’el Rei que é preciso apurar as responsabilidades daqueles senhores do governo e de Belém.
A oposição à portuguesa é, como se sabe, do estilo grego. Mas, que diabo, um bocadinho de vergonha não faria mal nenhum, nem ao Dr. Salgado nem aos partidos da esquerda.
30.1.15
António Borges de Carvalho