DA SOBERANIA POPULAR
Vários foram os scores dos áulicos do Imperador.
Destacados no pódio, o próprio Imperador Ribeiro, com 100%, quatro cruzes vemelhas. O arauto do Imperador, Cadilha, como é lógico, averbou a mesma marca. Um Mariano, católico – supostamente ortodoxo – afinou também pela estrita imperial fidelidade. Dois conimbricenses, não é de estranhar; um, o católico, improvável alfacinha.
Segunda linha na opinião do Imperador, com três cruzes, uma senhora, Castro, um Ventura e um cooptado, Caupers.
Com duas cruzes, gente que o Imperador passará a ter na lista dos supeitos: nada menos que três senhoras, Martins, Mesquita e Mata-Mouros (o bando das 3, pensará o Imperador).
Mais duvidosos ainda, uma senhora, Amaral, um (outro) Ribeiro, e um Barbosa: uma cruz. Gente de somenos.
Finalmente, o que não passa de um traidor e que deverá suscitar a imperial fúria: Machete, cooptado, zero cruzes.
Assim, segundo o INE e o IRRITADO, em 52 cruzes possíveis, houve 30. Em 52 vistos possíveis, houve 22. O Imperador ganhou com quase 58% dos votos, contra 42% de traições.
Postas as coisas em termos partidários, o PS teve 15 cruzes em 20, o PSD 10 em 20, os independentes, ou quase, 4 em 12.
Assim se prova, como diz o “Público”, que os “juízes voltaram a revelar independência face aos partidos que os indicaram” (???!!!).
Quem vai pagar esta porcaria, quem é, quem é?
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Aqui há tempos, uns indignados quaisquer recorreram da história das reformas e dos vencimentos ao Tribunal Europeu dos direitos do Homem. Levaram com os pés.
Daqui se prova que ao contrário do que muita gente diz, temos soberania. Só que a soberania não é do povo, nem da “Europa”. É do Tribunal Constitucional.
3.6.14
António Borges de Carvalho