DAS "REFERÊNCIAS" NACIONAIS
Uma rápida vista de olhos sobre o número de hoje do jornal privado chamado “Público”, publicação tida por “de referência” – seja o que for que tal quer dizer – permite-nos verificar o que segue:
1. O Papa Francisco disse que “não há contradição entre família numerosa e paternidade responsável” e que os católicos “não procriam como coelhos”. A partir destas frases, a fulana que manda na coisa zurze o Papa com uma diatribe descabelada, chamando-lhe “inconsequente” e outros mimos. A partir daqui, a mesma criatura dedica duas páginas ao assunto, páginas cuja finalidade é acusar a Igreja (o Papa) de passadismo medieval. Percebem a lógica?
2. Parece que o BE adiou a votação do alargamento da “prociação medicamente assistida a todas as mulheres”. A coisa merece chamada de última página e amplas críticas lá por dentro da edição. O IRRITADO não percebe lá muito bem o objectivo do BE, nem ficou esclarecido com os comentários sobre este “passo atrás” –nas palavras da redacção – da moribunda organização. Enfim, o IRRITADO até pensava que quem quisesse ir fazer filhos ao médico podia ir sem problemas de maior. Mas o IRRITADO não percebe nada de questões “fracturantes”, não é?
3. Chegados às páginas de opinião da irritante publicação, encontramos , para além das parvoíces do editorial, que já referi, o seguinte: na secção gloriosamante intitulada “Debate”, dois artigos a dizer a mesma coisa: que isso de ter “dois pais” ou “duas mães”, ou seja a “homoparentalidade” (porque não também a homomaternidade? Machistas!) é a coisa mais normal e desejável deste mundo. Como riqueza de debate é difícil encontrar melhor: dois “debatedores” cem por cento de acordo.
4. Segue-se uma página inteira onde um tipo diz cobras e lagartos da avaliação de professores.
5. E outra com um artigo de um conhecido neo-ultra-hiper-socialista – um tal André Freire – a vituperar a privatização da TAP.
6. A fechar este formoso e tão pluralista bouquet lá vem o Tavares do “Livre”, rapaz esperto e insuspeito. O IRRITADO pergunta-se quando é que o outro Tavares – o que não é socialista – será corrido. A ver vamos.
Uma pequena amostra do que, em Portugal, se chama “jornalismo de referência”: uma imprensa isenta, pluralista e sem fidelidades partidárias, não é?
Como é que o Belmiro paga um pasquim deste calibtre?
21.1.15
António Borges de Carvalho