DELENDUS EST VENTURA
Para quem tem a desgraça de ser viciado em programas de informação, a fartura de debates futebolísticos é uma tortura diária que põe os nervos em franja, estupidifica e maltrata a cabeça das pessoas. O que é demais passa da conta.
De assinalar o espantoso número de políticos a participar na palhaçada, à procura de uma notoriedade que, se calhar, de outra forma lhes estaria vedada. Ninguém leva a mal. Então os políticos não podem ter filiação clubística e discuti-la, horas e horas, na TV ? Que ideia!
Mas, tratando-se do Ventura, alto e pára o baile! Esse não! Na fogueira dos epítetos, fascista, machista, xenófobo, racista, há que queimá-lo, destruí-lo, condená-lo ao ostracismo. O homem pode até ter feito uma tese de doutoramento em que defende as minorias, mas, por ter denunciado a não integração dos ciganos na sociedade, passou a ter direito a todos os insultos e mais alguns.
Até esse papa das piadas e do esquerdismo caviar, o senhor Araújo Pereira, lado a lado com altas figuras da mesma igualha, já veio, por escrito, exigir o despedimento do homem enquanto comentador futeboleiro.
Ao mesmo tempo que a esquerda em geral e a esquerda “informativa” e política em particular, se desdobra em elogios à dona Katar, figura máxima do racismo militante, lança, tremebunda e indignada, o seu anátema contra o Ventura.
Somos todos iguais, mas há uns mais iguais que os outros, é a máxima que a nossa (deles) esquerda aplica à sociedade. Pelo menos enquanto não puder meter “os outros” num campo de concentração, fica pelos adjectivos.
1.11.19