DEPOIS DO ADEUS
É com moderada satisfação que o cidadão comum vê o intolerável Santos Silva ser corrido do adorado púlpito que, há anos que parecem séculos, detinha na TVI. Adeus ó vai-te embora!
Ver desaparecer das nossas caseiras noites os retorcidos raciocínios, as pesporrentes provocações, as ameaças, a antipatia visceral deste socrélfio de meia tigela, não pode deixar de ser uma boa notícia.
A satisfação é moderada, não por causa da partida do díscolo, mas pelo substituto que, depois do adeus, arranjaram. Ele aí está: o senhor Medina, outro distinto membro do socrelfismo, um tipo que acha exemplar o respeito do seu bem amado 44 pelos interesses do povo e da Nação, o seu sentido de Estado, a sua impecável honestidade, a sua ínclita dignidade.
Fica tudo dito, não é? Um “comentador” doce e cínico substitui um brutamontes desbocado. Mas, substancialmente, a mesma coisa. Ambos admiradores e seguidores da mesma vaca sagrada, ambos a ganhar umas propagandísticas massas.
Compreendo as vozes que se indignam com a mania de armar políticos em comentadores. A mania tem, no entanto, uma vantagem: os políticos, boa ou má, têm cara. De certa forma, são preferíveis a tantos comentadores (e jornalistas!) “independentes” que passam a vida na propaganda, evidente ou subliminar, dos partidos e das tendências e ideologias que dizem não servir.
No caso das duas criaturas que são objecto deste post, ao menos não há dúvidas: os objectivos de ambos são tão evidentes quão repugnantes.
29.7.15