Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DESCULPAS DA MAU PAGADOR

 

Bem pode o BE ter ataques de histerismo contra os eucaliptos. Bem pode o storyteller Tavares perorar “cientificamente” sobre os mesmos. Bem pode o chamado governo tergiversar sobre o assunto. Bem pode opinião pública estar injectada com este achado de um bode expiatório para os incêndios.

Não é por isso que os eucaliptos deixam de ser parte não neglicenciável da sustentação e da sobrevivência de um ror de proprietários florestais pobres. Não é por isso que os eucaliptos deixam de ser a matéria prima nacional para um dos mais importantes sectores exportadores do país com valor acrescentado próprio. Não é por isso que os eucaliptos deixam de proporcionar milhares de postos de trabalho, milhões de receitas para o Estado, prosperidade para muitos municípios.

Parece pois que há que proteger a floresta de eucaliptos, os mais dos quais ocupam zonas onde explorações de outra natureza não são viáveis ou rentáveis. A propaganda anti-eucaliptos é fruto, ou da ignorância activa sobre o assunto, ou da “religião” ideológica contra tudo o que renda dinheiro a sério, estilo luta de classes a conduzir à miséria, à desertificação e ao marasmo.

O problema é como protegê-los, orientá-los, regulá-los. Ou seja, o problema é uma questão de Estado. Não é, ao contrário do que se diz por aí, um produto da “ganância” dos industriais, porque os industriais tratam melhor as suas florestas que o Estado trata as suas ou vigia as de terceiros. Não é uma questão derivada de provocarem incêndios, mas outra, a de gestão pública do território. Sabe-se que muitos incêndios são alimentados pelo mato, coisa que, em eucaliptais, não tem o peso que outras espécies provocam. Há falta de limpeza, de gestão, de conhecimento técnico. Com certeza. Abandono, com certeza. Porquê? Neglicência ou, na maioria dos casos, falta de rendimento que financie o tratamento de explorações demasiado pequenas. Então, é função do Estado enfrentar o problema do emparcelamento e do apoio à gestão.

Está mais que provado que o Estado, sobretudo o Estado geringoncial, não mexe uma palha nas florestas que dele dependem – olhem o pinhal de Leiria! Está mais que provado que as estradas não têm limpeza das bermas, que não respeitam os limites do coberto vegetal, que não há vigilância da sua manutenção. Tudo escopo do Estado, não dos eucaliptos ou dos seus proprietários. Está mais que provado que as construções, ou as povoações cercadas de floresta não têm áreas de protecção. Tudo competência do Estado central ou do Estado/autarquias. Está mais que provado que as polícias investigam pouco e que a Justiça trata os incendiários com desvelado carinho. Tudo problema do Estado.

Então, meus senhores, tratem do que há a tratar em vez de de andar a entreter a malta com parangonas idiotas sobre eucaliptos!

 

19.10.17

3 comentários

  • Imagem de perfil

    irritado 20.10.2017

    Segundo julgo, v. é um "privado". Acho estranho o seu horror à classe.
    O problema é considerar-se que o Estado, ao contrário das pessoas, é uma entidade salvífica, um poço de virtudes, o céu. Não é nada disso. é uma organização humana como qualquer outra, os mesmos defeitos, as mesmas qualidades. A forma de pôr o Estado a regular a vida social, com altura, distância e credibilidade, é retirá-lo da vida económica. É difícil e, em certos casos, pode ser impossível. Mas é o princípio de base de qualquer sociedade saudável. Partir do princípio contrário é anquilosar a sociedade, criar campos de cultura para a mais forte corrupção e, no limite, propiciar ditaduras.
  • Sem imagem de perfil

    Filipe Bastos 20.10.2017

    Sim, sou privado, mas não sou cego.
    Há imensos privados trafulhas, de todas as dimensões, desde a pequena fuga fiscal a criminosos do piorio.
    Mas a questão aqui, como lhe digo há anos, não é serem privados: é serem mamões. É uma questão de dimensão, de lobby, de poder sobre os políticos, de captura do Estado, de cartel ou de monopólio, de mama garantida.
    O Estado, o país e o mundo são dominados por mamões. Privados. Só a direita ideologicamente cega não o vê.
    V. também fantasia sobre o Estado: fala dele como uma entidade intrinsecamente nociva, como se não fosse nociva justamente devido à classe pulhítica que o gere e chula há 40 anos.
    V. quer defender a classe e quer atacar o Estado. Quer sol na eira e chuva no nabal.
  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    O autor

    foto do autor

    Subscrever por e-mail

    A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D
    Em destaque no SAPO Blogs
    pub