DESDITAS DE UMA CORONELA
Tinha o nosso bem amado primeiro-ministro dito que em guerra não se muda os generais, mas não falou em majores ou tenentes-coronéis ou coronéis. A generala da saúde não gramava uma coronela que lá tinha e resolveu pô-la na rua sem mais aquelas. Lá foi a repariga para a reserva estratégica do quartel de São Bento.
O nosso bem amado preferiu a generala e deixou cair a coronela, fazendo-a passar a alferes. Dona Jamila não gostou de ser despromovida. Chateada, deu à casca. Tinha sido apanhada à meia volta, sem satisfações nem desculpas. Uma inqualificável ofensa, a demonstrar o estado a que o exército chegou. São assim as zangas entre mulheres, diria o IRRITADO, apesar de, em tese, não ser machista.
O mais interessante de tudo foi, na posse dos pedronunistas (um antigo tenente-coronel foi promovido a coronel e ficou como lugar da novel alferes), o desvelo com que o bem amado tratou a Jamila, com palavras de consolação, apreço e carinho, só faltando o beijinho por causa do covide. Comovente, sincero, a paz no rebanho, o jeitinho do pastor.
Já agora, uma pergunta, talvez injusta. Onde estava o senhor de Belém na cerimónia da posse? Alguém o viu?
18.9.20