DESPEDIDA
O senhor Rio, se tivesse dois dedos de testa –para não dizer de dignidade pessoal e política – ter-se-ia demitido a seguir às legislativas, perante a prova clara do resultado da idiotia que informou os seus intermináveis anos à cabeça do PSD. Não se demitiu. Adiou a questão, nomeou os seus para tudo o que é cargo institucional, e acabou, no congresso, a fazer um discurso laudatório de si próprio, como se tivesse a legar ao partido fosse o que fosse de positivo. A aparente estupidez disto tudo é mais um sinal de alguém que se acha acima de tudo, sem nada a ver com inteligência, responsabilidade, ideias, ou mero sentido das conveniências. Quando ontem, no congresso do PSD, se ouve tal e tão inacreditável arenga e se olha para a equipa política de Rio, fica-se com a noção do que foi dividir para reinar, pôr ao serviço do partido um bando de ignorantes de cabeça vazia onde as excepções só confirmam a regra, desistir de fazer oposição, colocar-se lado a lado com aqueles que lhe competia denunciar.
Bom. Parece que o Rio acabou. Mas só parece. Já veio dizer que ficará mais uns tempos no parlamento, pensando depois no que irá fazer, o que indica que quererá continuar a sua “obra” por novos meios e velhos caminhos.
Montenegro que se precate. Cesteiro que faz um cesto...
4.7.22