DIFERENÇAS
Se a actual historieta – mal contada - das transferências serve para alguma coisa, será para vincar, sublinhar, realçar, enfatizar diferenças fundamentais entre o que é a noção de decência dos geringonços e a que os outros adoptam.
De um lado (caso Centeno), as hostes fazem todas a piruetas necessárias para esconder as mentiras (quer dizer, para esconder as verdades!), com as soncices e as desonestidades que lhes são próprias, com o cavalgar de “regras” que proclamam, ignorando factos, mesmo os que toda a gente já viu e conhece, mantendo os aldrabões nos seus poleiros, fazendo os flic-flacs necessários a escamotear o que lhes não convém.
Do outro, a atitude é a de encarar o que houver a encarar, de abrir a mais total disponibilidade para levar o assunto às últimas consequências, numa impecável postura de Estado, e de honra.
O contraste é por demais evidente. De um lado, as acusações demagógicas e aldrabonas das catarinas, as mais rascas ordinarices dos costas, as baixezas mais soezes da cáfila de esquerda, a manutenção no galarim dos que mentiram, tripudiaram, esconderam, os atropelos a todas as regras da urbanidade e das praxes parlamentares. De outro, a serena exigência da descoberta da verdade, por inconveniente que lhe possa ser, doa a quem doer se for caso disso, a demissão voluntária do "arguido", com responsabilidade ou sem ela no caso em discussão.
A nu ficam as abissais diferenças entre a moral republicana de uns e a moral tout court dos outros. Não as verá quem não as quiser ver.
27.2.17