DIGNIDADES
O senhor Macron (em Portugal seria o doutor Macron) deu uma lição de moral a um fedelho que o tratou por “Manu”. Chamou a atenção do rapazola para que aquilo não é maneira de tratar o presidente da república. Fez ele muito bem.
Por cá, o Presidente da República, impecável, de fatinho e gravata, recebe em audiência no Palácio Real de Belém chusmas de políticos e de outra gentalha, ostentando jeans, devidamente desargalados, camisa aberta, em total e provocatório desprezo pela Presidência e pelo Presidente.
É normal. Esta gente é assim, dir-se-á com razão. Mas já não é nada normal que a presidência não tenha um serviço de protocolo que obrigue os carroceiros do BE, do PAN e quejandos a vestir-se de acordo com a dignidade do lugar onde estão e da pessoa que os recebe.
Eu sei que o presidente que temos, mais que popular é popularucho, que não se importa se, pelo menos na rua, o tratarem por Marcelo (se calhar até gosta) nem que lhe respondam aos beijinhos com palmadas nas costas, como se se tratasse do vogal da freguesia ou do camaradinha da capelista. Eu sei que o presidente que temos anda a banhos em cuecas onde lhe dá na gana e come todas as rodelas de chouriço que lhe metem na boca.
Mas, que diabo, em audiência formal, é demais aquilo a que se sujeita sem uma palavra, sem um mínimo de exigência, sem um adjunto qualquer que, pelo menos, ponha à disposição do carroceiros uma muda de roupa num pequeno vestiário à porta do palácio.
Fica a sugestão do IRRITADO, certamente destinada a não produzir qualquer efeito.
26.6.18