DO PRAZO DOS CONTRATOS
Estou de acordo com o PC e o BE no combate aos contratos a prazo. O problema é que os partidos comunistas, mais recauchutados ou menos recauchutados, têm, como sempre, as “soluções”, só que de pernas para o ar.
No caso, a fim de lutar contra os contratos a ditos a termo certo, os dois partidos clamam por uma reforma laboral que recoloque, correctas e aumentadas, as normas caídas há cerca de 5 anos. Mais uma reversão que, excepcionalmente e por enquanto, ainda não obteve o acordo do chefe da geringonça.
Se os comunistas, tanto estalinistas como enverhoxistas e similares, quisessem, com alguma sinceridade, lutar pelos contratos de trabalho sem prazo, proporiam o contrário, ou seja, a liberalização da lei laboral.
Porquê? É simples. Os empregadores, dada a, ainda brutal, rigidez da lei, fogem dos contratos sem prazo porque não querem ficar amarrados a colaboradores que não colaboram, que não se adaptaram, que não estão à altura das tarefas que lhes estão destinadas, que fazem gazeta por tudo e por nada, que abusam dos atestados médicos ou que, simplesmente, se tornaram redundantes em função de alterações na vida da empresa. É essa a razão do “triunfo” dos contratos a prazo.
Se a comunagem der a volta ao generalíssimo da geringonça, ver-se-á, inevitável, a consequência lógica: nova proliferação dos contratos a prazo. A cáfila sabe isto tão bem como eu. Então porque quer agravar o que diz querer “curar”? É simples: o objectivo é criar agitação, arranjar bodes expiatórios e, enganando os trabalhadores, vir a pôr de pé os “amanhãs que cantam”, pôr a malta toda às ordens dos sindicatos, já que nos sindicatos manda ela. Sobre as ruínas de uma sociedade anquilosada pela propaganda, construir um poder indiscutível.
Não foi sempre esse o resultado do verdadeiro socialismo?
6.2.18