DO RASCA E DO FALACIOSO
Da boca do camarada Costa saíu um comentário ao discurso do PR que faz honras a uma bestialidade política que, por muito baixa que seja a consideração em que o tenhamos, não julgaríamos possível.
Diz ele que, ao PR, não é dado ser favorável às políticas do governo. E justifica com a prática presidencial do camarada Soares, o qual, na bestial opinião, passou a “independente”. É facto que Soares se dedicou a tempo inteiro a chatear o governo, porque o governo não era socialista. Se fosse, e o tal Soares o apoiasse, estaria abaixo das suas competências? Não parece. Diga-se que o actual PR aturou um governo socialista durante seis anos, com o PM que tinha, sem lhe causar problemas de espécie nenhuma e deixando-o enterrar a Nação sem passar de avisos mais ou menos “institucionais”. Nessa altura estava a proceder bem? É o que se pode concluir da merdosa opinião do camarada Costa.
Nem este Presidente nem nenhum dos outros foi “presidente de todos os portugueses”, falácia aldrabona que a praxis da propaganda republicana fabricou. Nenhum dos futuros o será. Neste aspecto, até louvo a Constuição: o PR é da República e de mais coisíssima nenhuma. “Os portugueses” não têm nem jamais terão um presidente seu. O Presidente, todos os presidentes, erroneamente eleitos por sufrágio universal, serão sempre fruto de uma coligação de votos bem explícita. Se, ao menos, fossem eleitos por maioria qualificada do Parlamento, poderia dizer-se que, por essa via, representavam uma maioria substancial dos eleitores. Mesmo assim, não seriam “dos portugueses”, só da República, o que é coisa completamente diferente.
Donde, as palavras do camarada Costa, independentemente do discurso de Cavaco Silva, são de uma bestialidade a toda a prova.
Que dizer das arengas sobre o mesmo assunto proferidas pelo Arménio, pelo Jerónimo, pela Catarina, pelo Adão e outros mais? Nada, que uma pessoa não deve perder tempo a comentar discos riscados.
25.4.15