DO SONO DA RAZÃO
Já era sabido que o menos que se pode dizer dos bruxos que fizeram o programa do PS é que se trata de lunáticos que aplicam medidas às quais atribuem virtualidades que, além de miríficas, têm, comprovadamente, resultados perversos, isto é, que dão no contrário do imaginado.
Cortar nas contribuições para a Segurança Social e dizer que se quer manter, tal como é, a sua cobertura das necessiades, pior do que mirífico carece da mais elementar lógica.
Pôr (a prazo devolutivo!), por tal via, mais dinheiro no bolso das pessoas, só pode aumentar o consumo, o que parece ser o objectivo. O consumo já estava, com a a generalizada evolução positiva do país, a aumentar, é certo que saudavelmente (aumento da confiança), mas com evidentes perigos (endividamento das pessoas, crescimento das importações, diminuição da poupança...).
Como é que os trutas do socialismo dito democrático, altos especialistas nestas matérias, são capazes de imaginar tais coisas?
Não põem am causa que faltem os célebres 600 milhões no sistema público de pensões em 2016. A coligação já disse 3469 vezes que não os irá buscar às pensões a pagamento. Mas os azes do PS insistem no contrário, no que não foi dito nem escrito. Mas não põem em causa que o dinheiro é preciso, possivelmente para não confessar que a reforma (para 30 anos!), do tipo da barbicha foi um flop dos diabos. A coligação propõe o anatemizado “plafonamento”, coisa comum em bastos países europeus, inclusivamente por iniciativa de partidos da família do PS. O coro primitivo e cegueta do nosso (deles) PS levanta-se aos gritos, que se está a dar cabo da SS do Estado, a proteger "o capital" e por aí fora. Tanta asneira, senhores, tanta ignorância.
Enfim, muitas e pesadas são razões para desconfiar das maroscas dos intelectuais económicos do socialismo. Parecem coisa de mentecaptos. Não o sendo, é a cegueira ideológica do estatismo total a perturbar-lhes os neurónios.
Hoje, o que julgo ser o nº 2 do “escol”, ou da burricada, o respeitável prof. Trigo, escreve no “Público” uma diatribe verdadeiramente tresloucada. Valendo-se da teoria do “votante mediano”, que postula ser tal votante quem deve deter o poder, chega à conclusão que o votante mediano é o que votou no PS e nos partidos comunistas. Os votantes do CDS, por definição, são extremistas e devem ficar fora de qualquer solução de poder: não contam. Se se quiser dar o devido valor à opinião do votante mediano outra solução não há senão um governo PS sustentado pelos comunistas, governo que falará alto na “Europa”, que reformará a dívida, etc.. Isto apesar de os camaradas do PSE já terem feito sentir ao Costa que, pelo caminho que leva, não vai longe.
Recomendo vivamente a leitura da inacreditável tese deste furibundo camarada - “Público”de hoje, pág. 49 - para poder ajuizar, num caso concreto, como o sono da razão gera monstros.
19.10.15