DONA RITA NO ALJUBE
Dona Rita, bonequinha ao serviço do PC, não sabe se o Goulag existiu, coitadinha. O meu coração palpita de carinho e espanto. A menina é igual àqueles, coitadinhos, que dizem que os campos de extremínio dos nazis foram uma invenção dos vencedores da II Guerra. Estarão no seu direito? Não estão. Em França até é crime público dizer tal coisa. Mas a dona Rita pode dizer o que disse, não se retratar, e continuar a merecer, e ter, o crédito, o aplauso e a consagração – e contratação - públicos que lhe são tão generosa e competentemente prestados.
Dizem que a rapariga é especialista em relações internacionais. Parece que em tais especializações se estuda História. Dada a situação do ensino, é provável que a história do comunismo em geral e da URSS em particular não faça parte do currículo. Uma boa desculpa, não é? Seria, se a criatura tivesse direito a tal coisa.
É de perguntar que estrutura mental tem a cidadã em apreço para ser chefe de um tal Museu do Aljube, coisa que parece estar am marcha e ser dedicada aos abusos prisionais do poder. Imagine-se os seus altos critérios. Parece que, para disfarçar, o tal museu vai debruçar-se sobre as várias repressões da nossa História, inquisição incluída. Damião de Góis será contemplado, diz-se! Acho bem. Mas, como sou um tipo desconfiadíssimo, tenho a fundada impressão que o Damião e outros não passarão de raminho de salsa para disfarçar a propaganda macissa do PC e dos seus heróis.
Isto ao ponto de o tenebroso Tavares (Rui) ter vindo hoje elogiar a organização por ter sido “fundadora” da democracia liberal em Portugal. Como pode o PC ser considerado fundador daquilo a que se opôs com unhas e dentes?!
Aqui declaro que tenho consideração pessoal pelos indivíduos que, formatados por ideologias criminosas, sofreram na pele a repressão da II República. Transformar tal sofrimento em propaganda da organização que lhes deu cabo do juízo será próprio de quem acha que o Goulag não existiu, mas não o é de quem tenha um mínimo de crença na liberdade ou na democracia liberal.
Por isso que, por muito bom que seja (como por aí se garante) o “projecto” da dona Rita para o museu do Aljube, a sua filiação e as suas convicções devessem excluí-la liminarmente de tal cargo
O tempo passa, mas os complexos ficam.
10.7.20
ET. Soube agora (17,40) que o concurso para chefe do museu não incluia a elaboração de nenhum projecto, mas tão só a experiência curricular dos candidatos. Houve 60 a fazê-lo. Dona Rita, como não tinha, na matéria, currículo de espécie nenhuma, só muita palheta, ultrapassou-os a todos. Ficamos a saber que a única qualidade da fulana era ser do PC. Quem terá feito o "projecto?
Fica o esclarecimento e a pergunta.