DOS SORRISOS DO COSTA
Costa é todo sorrisos. Diz as maiores mentiras, asneiras e dislates sem qualquer pudor. Se se vir obrigado a retratar-se, usa o mesmo sorriso, como se falasse para bébés ou analfabetos.
Às vezes, irrita-se.
Irritou-se com o PNSantos quando este resolveu pôr-se com opiniões. Desmentiu-o com violência, mas teve medo de correr com ele. Afinal, disse, estava tudo bem, não havia problema.
Desatou aos pontapés quando o homem da Endesa disse que a energia ia aumentar uns 40%. A energia vai aumentar isso, ou mais, mas Costa cuspiu o homem nos jornais, e nunca se retratou.
O pacote de “ajuda às famílias” foi denunciado como truque, aldrabice, engano, por este mundo e o outro. Desmascarado, Costa meteu os pés pelas mãos, mas continuou sorridente.
Fez um pacote para as empresas, o resultado foi o mesmo: tratava-se de empréstimos, não de ajudas, não houve quem não denunciasse. Costa sorriu.
O fulano da economia acha que se deve dar uma machadada geral no IRC, coisa cuja utilidade e necessidade são de uma clareza indiscutível. Dizem as estatísticas que os países onde o IRC baixou a economia cresceu e o Estado acabou por arrecadar mais dinheiro. Mas o Costa ficou chateado e mandou o Medina e o irmão da outra (Mendes) dizer que o da economia é uma besta e que não vai ser assim. Costa sorri, que disparate, tal coisa tem que ir à concertação. Até lá, é um “desconcerto” pegado.
Dizem os comentadores que o governo, mais que desconcertado, está desconjuntado, feito em papas, e que cada dia vai ser pior.
Há quem se lembre do Passos que tinha a mania de dizer a verdade, boa ou má. Era o que tinha que ser, depois das trafulhuices do Sócrates/PS. Maldito Passos, isso da verdade é uma chatice. Com Costa, a história do PS repete-se, tirando a corrupção do outro (ainda impune!). Parece que, num mar de enganos, o Costa vai durar anos.
Aqui bate o ponto, o mais grave ponto. Parece que os portugueses não se fartam de enfiar barretes e se deixam ficar. Guardam a indignação para o aquecimento global e as alterações climáticas, culpa mais ou menos imaginária de uma humanidade sem juízo. Guardam os rancores para as corridas de touros, os caçadores, as ofensas ao politicamente correcto, o woke, a ideologia de género e outras martingalas feitas para os distrair, coisa que cai como mel na sopa do Costa. Por isso, sorri.
Como sempre, quando acordarmos será tarde.
22.9.22