DROGAS
Em mais uma brilhantíssima iniciativa em prol dos “direitos humanos”, um dos serventuários das malucas do BE avançou com um projecto de lei destinado a “legalizar” o uso de canábis, droga leve, para fins medicinais.
Que eu saiba, para tal fim, o uso de drogas, até das pesadas, como a morfina, é perfeitamente legal, não se percebendo lá muito bem porque há-de ser preciso uma lei do parlamento especificamente para o canábis.
Pensa o comum dos mortais e dizem leis em vigor, que o uso e legalização de medicamentos é coisa que se trata em sede própria, ou seja, no Infarmed, com os seus 350 funcinários, tidos por devidamente habilitados para o efeito e, para já, residentes em Lisboa. Portanto, se o tal canábis for tido por eficiente no tratamento de doenças, é a tal instância que compete reconhecê-lo e regular a sua utilização. Os deputados não só não percebem nada do assunto como são rigorosamente incompetentes para considerar seja que substância for como aplicável em medicina.
Estamos, por isso, perante mais uma iniciativa que não tem nada a ver com o fim a que diz destinar-se.
Então, o que lhe subjaz?
Uma hipótese terá a ver com algum raspanete que as doidas tenham dado ao rapaz: “andas para aí sem fazer nada, tens que dar um ar da tua graça”. O rapaz pensou, pensou, à procura de alguma ideia salvadora, de preferência com um cheirinho a “fracturante”. Como a organização adora drogas e coisas do género, lembrou-se daquela do canábis, no que foi entusiasticamente aplaudido pelas chefes (quem sabe se “chefas”, lá no seio da camarilha). É uma hipótese cruel, reconheço.
Talvez a coisa seja mais funda, isto é, vá mais no sentido dos tais “direitos humanos”. Como o canábis não está, com facilidade, à disposição da respectiva clientela para fins não curativos, as coisas facilitar-se-ão, bastando haver um médico compreensivo para receitar ou até um amigo ajudante de farmácia lá no bairro para vender o estimável produto. Os eleitores do BE e outros consumidores melhorarão a sua qualidade de vida.
Uma terceira hipótese, talvez a mais provável, é a de que a intenção seja tão só aparecer nos solícitos media, a quem matérias deste tipo causam sempre um frisson dos diabos. Ficaram garantidos largos minutos na TV e vastas páginas de jornais. Êxito total.
Nada a ver com a saúde de cada um, mas muito bem organizado.
13.12.17