DRONES
Andam para aí uns drones a chatear os aviões, fazendo muita gente correr terríveis riscos. Aqui temos um caso em que o Estado tem que intervir com unhas e dentes. Mas não intervem: deve estar à espera de algum azar dos grandes, enquanto se vai entretendo com regulmentos e portarias que só servem para chatear e não têm utilidade outra que não seja arranjar empregos para clientelas várias.
Os tais aparelhómetros foram concebidos para efeitos militares. Podem ser-lhes dadas inímeras utilizações pacíficas de altíssima utitlidade. Mas também podem ser usados para os piores fins (terrorismo, crimes de toda a ordem).
Tenho dois drones. Um navega até trinta metros de altura, outro até cinquenta, com um raio de acção de quarenta metros e com autonomias de sete ou dez minutos - segundo os papéis, porque, se voarem durante mais de cinco já é uma alegria. Um custou quarenta euros, o outro noventa e cinco. São brinquedos. Presumo que não possam fazer mal a ninguém.
A coisa complica-se com artefactos mais sofisticados. Por isso que, em tais casos, a sua utlização deva ser regulada, os seus proprietários devam demonstrar, sem lugar para quaisquer dúvidas, qual o uso a que se destinam. Não são objectos de diversão, mas ferramentas de trabalho.
Contra isto vem a imprensa dar voz a uns tipos que dizem que o problema é dos “drones baratos” e da “falta de consciência”. Mentem com quantos dentes têm na boca. Os drones baratos, sem alcance nem autonomia nem raio de acção, não fazem mal a ninguém. Os mais complicados perturbam a navegação aérea e podem facilmente ser usados para fins ilegítimos.
Não nos deitem aos olhos a poeira dos dronistas nem a incúria do Estado.
29.6.17