É O QUE QUISEREM DAR
Hoje, o nosso geringoncial governo vai ser altamente representado em Bruxelas pelo seu inigualável primeiro-ministro. Vai, nem formoso nem seguro, a caminho da mais covídica das cimeiras da UE. Haverá máscaras com fartura, afastamento “social”, gel aos quilolitros, tapetes para lavar as solas, luvas, viseiras, uma nunca acabar de saúde. Os tipos do Norte e o penteadinho da Áustria vão fazer a vida negra ao pobre do rapaz. Os elogios públicos que fez ao seu colega húngaro - conhecido por indefectível democrata, defensor dos direitos humanos e outras raras qualidades - não deixarão de lhe ser úteis ao confrontar os forretas.
Será, diz-se, uma jornada difícil. Mas tudo será consequência de um imperdoável erro de casting. É que, juram inúmeros politólogos, quem devia ter ido à reunião era o inultrapassável Pedro Nuno Santos, o único que teria estaleca para enfrentar os canalhas: amedrontaria toda a gente com as suas farfalhudas barbas, mandaria o holandês àquela parte, o homem ficava à rasca, mandaria calar a Merkel, que se poria de joelhos (já não era a primeira vez), chamava maricas ao Macron, dava um par de estalos ao penteadinho, desatava ao pontapé a quem se lhe opusesse, poria toda a malta nos varais com um discurso daqueles que fazem estremecer a estátua do Marquês de Pombal, viria de lá sem um chavo mas teria defendido a honra da Pátria, coisa que lhe compete salvar, como salvou a TAP do sócio e correu com a Isabel da Efacec. Assim, salvos os termos e a linguagem do socialismo nacional, ficaríamos todos contentes.
Com o Costa, vai acontecer como com os pedintes: virá de lá com o que lhe quiserem dar. Nem precisava de lá ir.
17.7.20