É PENA
Não conheço os Azevedos, nem Belmiro nem Paulo. Vi uma vez o primeiro, num funeral, nunca vi o segundo.
Mas são, por boas razões, o que se chama figuras públicas. O patriarca tem a enorme vantagem de nunca, que se saiba ou veja, se ter metido em trafulhices nem em politiquices. Fez caminho sem se lhe notar especiais privilégios ou favores suspeitos. Com muito dinheiro, tem uma vida comum, um carro velho, não parangona helicópteros, aviões, ilhas no Brasil ou férias milionárias em sítios “exclusivos”.
Posto isto, vamos à parte chata. O filho, herdeiro e CEO do formidável grupo, deu em vir à praça mandar bocas. Triste originalidade.
Não sei se a compra dos restos mortais da PT pela Altice, bem como a projectada compra da TVI pela dita, são coisas boas, más ou assim assim. A tal respeito, sei que o Costa, em manifestação do mais primário socratismo, odeia a coisa, o que muito abona em favor dela. Mas fico por aqui.
O que choca é que o Paulo tenha vindo dar à casca para os jornais, ainda por cima com insinuações de corrupção, e de corrupção a meter num chinelo as “negociações” que motivaram a Operação Marquês. Não estamos habituados a este tipo de “intervenção” por parte da Sonae. Sempre foram discretos, nunca mostraram medo da concorrência, nem se lhes conhecia tendências para a “fama”. Insatisfeitos com não decisão dessa ridícula, profundamente inútil e desnecessária organização que “regula” a comunicação social, rebentaram com as suas melhores tradições e vieram – veio o Paulo, tão ridículo quanto ela – mostrar os dentes à Nação.
É pena.
22.10.17