EANOVOOFILIA
Há homens para tudo.
Quando vejo o famoso General Eanes a dar o seu apoio ao vascolourencista Nóvoa, vêm-me à cabeça outras gentes e outros tempos.
Gentes de que é paradigma o sábio Professor João Lobo Antunes, que tão depressa é chefe de fila do presidencial sampaismo, como se põe às ordens de Cavaco, numa demonstração de evidente coerência científica.
Tempos, que tempos!, os do eanismo. É certo que, em boa parte, se deve a Eanes o 25 de Novembro. Depois... depois foi uma desgraça. O homem queria mandar, presenteava-nos com primeiros-ministros tão depressa vindos do conservadorismo moderado (Mota Pinto), como do mais ridículo terceiro-mundismo esquerdófilo (Pintassilgo), passando pelo nado morto tecnocrata Nobre da Costa. Esperneou como uma lagosta ao ar livre quando a Constituição foi mudada, retirando-lhe os voos presidencialistas e castrenses. Aborrecido, resolveu criar, a partir de Belém(!!!), um partido novo, o “partido da ética”, dos “homens bons”... o PRD, de triste memória. Cedo os “homens bons”, cheios de “ética” desataram à castanhada entre si e, à segunda tentativa, desapareceram do mapa como era de prever e desejar.
Agora, certamente do alto da sua impecável ética, resolve atrelar-se ao Nóvoa. Verdade seja dita que, como nunca foi coerente com coisa alguma, eata não é tanto de estranhar como o saltapocinhismo do Antunes. Resta concluir, para nosso descanso e esperança, que o apoio daquele senhor ao Nóvoa não vale um caracol.
20.5.15