EM QUE FICAMOS? FICAMOS MAL
De volta ao assunto:
Em três ou quatro dias, o insuportável Costa já deu, por cinco vezes, a sua opinião sobre a austeridade.
Na primeira oportunidade, afirmou peremptoriamente que depois da crise do covide, não haveria austeridade.
O chamado ministro da economia apressou-se a vir dizer o contrário.
O insuportável teve um rebate de consciência – se é que a tem – e retratou-se: com a mesma lata com que tinha dito que não haveria, opinou que, sim senhor, haveria.
Dois dias depois, mostrando acendrado respeito pelos colegas da esquerda radical, disse, três vezes, no Parlamento, que não, não vai haver austeridade nenhuma.
Como de costume, não se sabe onde, na cabeça do homem ou no caixote do lixo; isto é, o homem, ou borrifa na verdade, ou não sabe se tal coisa existe.
Procurando uma explicação lógica, vejamos os factos. A sociedade em geral estrebucha no desemprego, no layoff, na falta de meios, no terror da crise económica que já por aí anda com fartura. No entanto, os funcionários públicos foram aumentados – miseravelmente, mas foram. E aqui temos a falta de austeridade. O insuportável acha, e pratica, que, para os seus empregados (a grande maioria deles vota PS), não há austeridade. Os outros são carne para canhão: que se lixem. É o esplendor do socialismo: quando formos todos empregados do Costa, acaba a austeridade. Enquanto tal não acontecer, haverá dois povos, dois países, duas velocidades. O aparelho repressivo está, cuidadosamente, a ser montado.
Assim fica explicada a coerência mental, e moral, de sua excelência, o seu amor à verdade, seu respeito pelas pessoas.
24.4.20