ENERGÉTICOS EMPREGOS
Seundo a APEMIP, seja lá isso o que for, entre Junho de 2007 e Dezembro de 2014 foram emitidos 817.000 “certificados energéticos”, conhecendo tal emissão uma notável progressão. Só em 2014 foram 180.000!
Para que serve tal coisa? Passo a explicar:
Se você quiser fazer seja o que for (comprar, vender, alugar, ceder, subalugar, emprestar um andarzinho) tem que, sob pena de ilegalidade com consequências dramáticas para o seu bolso, mandar emitir um desses certificados. Contrata uma “entidade certificada” e, dias depois, aparece-lhe um “engenheiro”, ou equivalente, com uma maquineta electrónica nas unhas. Percorre-lhe a casita, vê se as janelas funcionam e quantos vidros têm, vai-lhe à caldeira, aos radiadores, tira medidas, etc. E desata a “classificar”. A sua propriedade passa a ser encarnada, verde, amarela ou o que der na realíssima gana do senhor que, devidamante certificado, emite certificados.
Os mais evoluídos, têm uma impressora portátil e, na hora, dão-lhe um papel cheio de risquinhos tipo serpentinas de carnaval, e dá cá duzentos, ou trezentos, enfim, uns trocos. Você fica felicíssimo, aliviado e com uns trocos a menos. Outros levam mais tempo, mandam-lhe um certificado provisório que você não pode deixar de “aprovar” (dá cá 50%), a seguir um definitivo (dá cá os outros cinquenta).
Depois, nada. O papel não serve para nada, a não ser para efeitos exclusivamente burocráticos e/ou, se calhar, para algum dos mil triliões de estatísticas de que a “Europa” vive. Se servir para alguma coisa de concreto será para, mais tarde ou mais cedo, lhe arrajarem uma chatice qualquer.
Feitas umas contas, se tivermos por média 250 euros por certificado, a nobre actividade já custou ao povo uns míseros 204.000.000 de euros.
Que diabo, é preciso dar de comer aos “engenheiros”, não é?
25.4.15