ESCLARECIMENTOS
Afinal, ó Costa, em que ficamos? Começaste por não ter ideias nenhumas, como é teu hábito.
Meses depois, contrataste uns tipos para te suprir os hiatos do bestunto. Apresentaste o relatório deles com pompa e circunstância. Houve uns tipos da tua organização que desataram a ganir. Até o Drácula da argola na orelha ganiu… vejam lá!
Tu, meu rapaz, a correr, vieste informar a Nação sobre a natureza do papel apresentado na luzida cerimónia: não, não são os Upanichades, perdão, o Corão, desculpem, a Bíblia, só um papel, um relatório, uma coisa para pensar, para os comentadores, a televisão, enfim, uma coisinha sem importância, feita para agitar as águas. A seguir é que vai ser bom.
E lá veio o bom. Não um “documento”, não senhor, é um “projecto”. Sem demora, o rapaz do penteado à majorete, por exemplo, declarou que pois, isso dos impostos, se é para daqui a dois anos ou sem data, como no projecto, não é, pois, enfim, é para um ano, perdão, dois anos, enfim, ou coisa que o valha.
Vens tu, grande mágico, pôr os pontos nos is: isto não é nenhum programa, só um projecto, não nos compromete, andamos a discutir, a conversar, a acertar agulhas… somos democráticos, pluralistas…, enfim, pois, no dia 6 é que vai ser bom, virá o programa.
Passando à futurologia, no dia 7 virás dizer: pois… enfim, é um programa, mas um programa é uma coisa dinâmica, não é uma paragem no tempo, evoluirá… tudo ficará claro, transparente, definitivo. Virá o barbas, da esquerda do Rato, dizer que o programa enferma de direitismo, virá o outro barbas, o reformador, ou enterrador, dizer que a TSU não é assim, é assado. A correr, surgirás tu, esclarecedor, transparente, claríssimo, a declarar que pois, “os portugueses já perceberam”. Já a prima Hermengarda gostava muito de dizer coisas...
O IRRITADO deseja-te o futuro que mereces.
23.5.15