ESCOLHA
Nesta triste história da Segurança Social há duas abordagens à consideração da populaça.
Uma, assumida pela ministra das finanças, diz que precisa de 600 milhões e que não tem, de momento, solução definitiva para o problema, apelando, como sempre sem resultado, à colaboração do PS para estudar uma solução em conjunto.
Outra, muito mais elaborada, diz que tem solução definitiva para o problema. Segundo o camarada Costa é simples,: vai buscar os tais 600 milhões - cujo montante não põe em causa – ao IRC (quanto?) e a 45.000 novos empregos que vai criar.
Agora, escolha: ou a primeira não solução, ou a segunda solução mesmo, garantidíssima por quem de direito, ou seja, pelo camarada Costa.
Na primeira, pense bem:
fica à espera para ver o que acontece, sendo que o pior que pode acontecer será uma diminuição de (mais) 3,7% nas pensões.
Na segunda, pense bem:
não sabe, ninguém sabe, quanto vai render o IRC. Mas toda a gente sabe que, se a massa sai do IRC, sai do orçamento do Estado. Compaginar isto com as promessas de contenção orçamental e de cumprimento dos compromissos é tarefa que o camarada Costa deve estar a fazer, mas cujos resultados se abstém de comunicar. Por outro lado, tem por base 45.000 novos empregos e as suas novas contribuições, bem como a correspondente descida dos subsídios de desemprego. Note que, em termos do “documento” dos “técnicos”, os novos empregos eram 10.000, os quais, na “proposta” de programa, passaram a 50.00 e, ao longo das semanas, já foram de quantidades diversas, conforme as “convicções” de quem as tem produzido.
Em resumo: no primeiro caso, você sabe qual é o maior risco, competindo-lhe ter esperança que outra solução possa ser inventada; no segundo, sabe que os 600 milhões vão sair (em que percentagem?) das receitas do IRC, ou seja, vão dar mais uma bordoada no orçamento; sabe também que o aumento das contribuições por via dos 45.000 putativos empregos é uma espécie de ovo na cloaca da galinha e, mesmo assim, terá que partir do princípio que, na cloaca da galinha, há algum ovo.
O problema é seu.
28.5.15