ESPANHOLADAS
Ainda o IRRITADO não recuperara do desânimo provocado pelas declarações fundamentalistas do senhor de Belém no Egipto, e já estava ele em Espanha, país a que, desde os seis anos, “se sente pertencer”(!), a dar largas à sua política externa, desta vez tirando o cofió da moirama e pondo a beca da geringonça.
Nas doutas palavras que proferiu numa universidade, perante os atónitos alunos, Portugal é o máximo. Muito bem! Porquê? Porque, “após quatro anos de crise”, passou a ser governado de forma a ultrapassar todas as contingências e a encontrar, finalmente, o caminho da felicidade. Muito mal! Para quem o queira ouvir, disse que os anos do governo legítimo foram a crise de que a geringonça veio salvar a Nação.
Uma cajadada, dois coelhos. A condenação de uns e a propaganda dos outros. Nos braços da geringonça, o país “recupera” da crise em que o anterior o meteu. O senhor de Belém, justamente, regozija-se. Regozija-se com o miserável crescimento da economia, com a ausência de investimento, com o zero da poupança, com o endividamento galopante da sociedade, com a compra de eleitores, com a saúde de rastos, com a educação estraçalhada, com as mentiras do Centeno...
Muita coisa com pés e cabeça poderia o Presidente dizer aos estudantes espanhóis, sem que soasse a propaganda política de uma facção. Escolheu como escolheu. Que fique para memória futura.
17.4.18