EST MODUS IN REBUS
As afirmações de “princípio” dos mais altos dirigentes do Chega, talvez espelhando e alimentando os “valores” de uma raiva social digna de nazis que acredito possa não ser representativa da maioria dos seus eleitores, são, a todos os títulos, miseráveis, indignas de seres humanos e colocam-se para além, ou abaixo, do tolerável em qualquer sociedade civilizada.
Resultado: para já, abriu-se o pano para o palco de uma multidão de “peticionários” cuja postura vai muito para além qualquer justa indignacão. Estamos mergulhados, completamente a despropósito, numa desbragada campanha de propaganda do chamado politicamente correcto, do nacional wokismo, do tempo de antena à la carte para a “ideologia de género” (veja-se, por exemplo, as declarações de hoje, do Sr. Prata Roque), do fartar vilanagem nas televisões, personificado, quase em exclusivo, por habituais activistas da esquerda radical. Eis o que a estupidez das convicções do Chega já conseguiu. E muito mais vai conseguir, com a habitual subserviência e colaboração dos media (mídia, em “ignorantês”), jornais, rádios, TV, redes sociais...
É evidente que as declarações dos “venturas” merecem repúdio e castigo. A Democracia e o Direito não são compatíveis com a propaganda da morte, da violência, da perseguição política, da desumanidade. Mas também não o deveriam ser com o seu indecente aproveitamento para a propaganda radical de coisas praticamente tão más como as que, com razão, condenam.
28.10.24