ESTADO E ARRAIAL
No primeiro debate, dada a postura demasido calma do PM e a fúria atacante do Costa, concluiu-se por aí, com efeito de bola de neve, que este tinha ganho. Não terá sido a minha conclusão, e a de muita outra gente, mas é sabido que quem faz as vitórias e as derrotas são os media e os “analistas”. Que se lixe.
Desta feita, julgo que, antes de mais, é de sublinhar a abissal diferença em relação aos profissionais em campo. O primeiro debate irritou o mais calmo por causa dos três indivíduos que foram para lá, apostados em exibir-se com perguntas estúpidas e considerações a despropósito. Hoje, sendo também três, um exagero, não se exibiram nem interromperam sem nenhuma razão. Parabéns. Gente decente, o que, no meio, é uma raridade.
De resto, fiquei de rastos, por causa dos “números”. Explico. Nos seus malabarismos meio apalhaçados, Costa faz jus à mentalidade do seu partido e ao socratismo nela imperante, isto é, quando os números vêm de entidade externa e são maus para o governo, tal entidade merece toda a credibilidade e os parâmetros que usa para os seus relatórios são adequados e conformes às boas práticas. Quando podem motivar alguma alegria ao governo e ao país, então a entidade está errada, ou é desonesta, está “feita”, ou ainda, serve-se de critérios errados. Neste caso, os documentos não devem ser tidos em conta.
Em matéria de números, Passos Coelho tem muito para apresentar, números não dele mas de inúmeras instâncias independentes. Costa não liga. Para ele, números são os dos cálculos mirabolantes do Centeno &Cª, com ovos no trazeiro da galinha e previsões destrambelhadas; já foram várias vezes emendados pelos próprios, o que nos ajuda a ajuizar da sua credibilidade. Costa agita-os, sem nada de concreto. Chegado ao concreto, por desafio de Passos, meteu os pés pelas mãos e não foi capaz de adiantar fosse o que fosse. Fora do debate, depois de conversa com o Centeno, já cá fora, lá veio tentar emendar a mão. Tarde piaste.
Resumindo, foi a postura de Estado de um político sólido em frente da de um pantomineiro de arraial.
Parece que, desta vez, talvez haja algum jornalista, ou “analista”, que reconheça a retumbante vitória de Passos Coelho. Mas não se iludam. Esta noite, lá virá, na SIC Notícias, o irrecuperável Lopes (Marques), cognominado de “cabeça de porco” por comentadores dest blog, dizer cobras e lagartos do PM. E, no mesmo canal, teremos o Coelho (Jorge) e o Pereira (Pacheco) a fazer mais um trabalhinho. É assim a vida. Paciência.
17.9.15