ESTRANHO LAPSO
Ele há coisas que não se entendem. Por que carga de água veio o Primeiro-Ministro dizer que, a haver prejuízos na venda do Novo Banco, parte deles vão parar à CGD? Pior, que os que lá forem parar, serão pagos pelos contribuintes?
Há lapsos imperdoáveis. Se os bancos, CGD incluída, são os accionistas do Novo Banco, e se o dito for vendido por valor inferior ao que lhe foi atribuído, é de uma evidência cristalina que o prejuízo cairá, pro rata, sobre cada um deles; se a Caixa continuar a ser propriedade do Estado, o accionista da Caixa arcará com o que lhe competir. Da mesma forma, se for vendido com lucro, haverá valorização para todos. Há para aí alguém que não soubesse disto?
Além de tudo mais, o lapso do PM parece capaz de incutir nas pessoas, sobretudo nos mercados, a ideia da inevitabilidade dos prejuízos. Uma imperdoável falta de cautela, que é, e continuará a ser, explorada até à exautão pela esquerda, pela “informação” e pelos parlapatões de serviço, como se a esquerda, a “informação” e os parlapatões de serviço, coitadinhos, tivessem sido apanhados de surpresa!
12.10.14
António Borges de Carvalho