FAÇAM FIGAS
Segundo a voz corrente, no que respeita a incêndios em 2018 a única safa será... não haver incêndios. Ou haver poucos e pequenos.
De resto, a pessegada instalada por todos os lados, os tipos da “descentralização” a piar, os bombeiros descontentes, as trapalhices do Cabrita, as demissões em catadupas, etc., tudo aponta para que as coisas estejam a ser meticulosamente preparadas para mais uma época de incêndios em grande.
E os meios aéreos? A um mês da chegada dos calores ainda ninguém sabe se vai haver helicópteros, aviões, ou outros meios de combate de que não se tem falado. Inteligente , o inacreditável Cabrita correu com os tipos dos Kamoves sem que, ao certo, se saiba porquê. Parece que houve uns sobressalentes que foram para arranjar numa oficina a trezentos metros do hangar dos ditos, o que excitou as cabritais papadas. Resultado, não há Kamoves “privados”. Os Kamoves públicos, esses nem se fala, estão todos empanados e não há oficina que lhes valha. É de presumir que estão destinados ao futuro museu da geringonça. Mas o Cabrita continua a cabritar “informações”: está tudo previsto, sob controle, não há problema nenhum. Mais valia ter lá deixado a Constança, coitadinha, a qual, ao menos, de lágrima ao canto do olho, dava um ar de humanidade à coisa, qualidade que ao Cabrita não assiste.
Qual será o “pensamento” da geringonça a este respeito? Ninguém sabe. A única hipótese lógica é que os cérebros em presença achem que já ardeu tanto no ano passado, que este ano, havendo menos lenha para queimar, as coisas sejam mais pacíficas. Até pode ser que o diabo tenha em escala outros teatros de operações e leve o fogo para zonas mais apetecíveis: uma solução metafísica, mas que não andará fora das geringonciais esperanças.
E os parceiros? Imagine-se o que seria a actuação do PC, de BE, do PS, da CGTP, da federação dos municípios, dos jornais e de outras nobres entidades se este estado de coisas ocorresse nos ominosos tempos do governo legítimo. Havia manifestações, demissão do governo, já!, artigos de opinião em catadupas, toneladas de condenações, as esquerdoidas num frenesi, o Jerónimo, p’tanto, a dizer que a culpa era do imperialismo, o senhor Sampaio a proclamar que há vida para além dos Kamoves, greves dos bombeiros, uma bagunça dos diabos. Mas a geringonça fomenta a paz, os jornais não investigam, o povo é sereno...
Meus senhores, façam figas. O mais provável é não haver outra solução.
8.5.18