FANTASIAS
Com o seu arzinho agridoce, a miúda – nº 1 ou nº 2 - do BE veio dar-nos a sua douta opinião sobre o programa da maioria. Trata-se, diz ela, de “um discurso de Miss Mundo”. Vista a coisa superficialmente, trata-se de uma opinião como muitas que há por aí, ou seja, uma vulgaríssima parvoice.
Mas, se nos valermos dos nossos profundos conhecimentos de psico-politologia (?), hemos de convir que a coisa tem que se lhe diga. O que terá determinado a escolha da pequena? Podia ter falado de um discurso vazio, ou sem sentido, ou do amigo banana, ou outra patacoada qualquer. Mas não. O que ela viu foi a Miss Mundo a bambolear-se na passadeira vermelha do Madison Square, em bikini, a dar ao rabo, com um sorriso de plástico até às orelhas. O que ela viu será, dizem os psico-politólogos, uma imagem dos seus sonhos de glória, uma reflexão sobre os seus inatingíveis, quiçá inconscientes, objectivos. Para catalizar ou exorcisar tais tendências nada melhor que revivê-las de forma perversa, isto é, voltá-las contra terceiros, delas desmerecer para delas se livrar.
A pequena sabe que o “pensamento” do BE, como o do Siryza, não passa de um chorrilho de perigosíssimas badaladas ideológicas, ou inviáveis ou conducentes ao aniquilar de toda e qualquer liberdade, pública ou privada, liberal e democrática. Mas como não tem nada, a não ser tal pensamento, dedica-se a anatemizar o dos outros, nem que, para tal, tenha que fazer recurso às suas inconfessas fantasias e às suas tristes e secretas frustrações.
Para entrar nos concursos de Miss Mundo é preciso ter um certo peso, e uns certos centímetros no peito, na anca e no rabo. Para entar na política é preciso bestunto. Mas não chega. É que o bestunto, ou é bem utilizado ou é pior que a burrice.
30.7.15