FANTÁSTICO!!!
Toda a gente sabe que o senhor de Belém é, tem sido, e é capaz de vir a ser para sempre o maior, o mais fiel, o mais indefectível apoiante do Costa, das geringonças e dos seus membros, ainda que à revelia de grande parte dos que o elegeram e que dele esperavam uma atitude pelo menos um pouco menos seguidista.
Pronto. Já estamos habituados. Mas há momentos em que o homem ultrapassa tudo.
Desta vez, o assunto é simples: habituado a fazer o que quer sem grandes discussões ou opiniões, o Centeno fez uma das suas: mandou umas centenas de milhões para o Novo Banco, em cumprimento das obrigações assumidas pelo governo no contrato (em vigor) que, bem ou mal, assinuou com os respectivos accionistas. Fê-lo no exercício dos superpoderes de que goza desde sempre. Não avisou, nem precisava de avisar, o primeiro-ministro. Este, sempre retumbante nas suas parlamentares exibições, cometeu uma argolada que, ao contrário das do costume, fez rebentar uma bronca descomunal: disse aos deputados um chorrilho de asneiras, garantindo, solene, peremptório e tonitruante, que, para o Novo Banco, nem um tostão, pelo menos antes do relatório de uma auditoria qualquer.
Azar: (a) os milhões já estavam na conta do Novo Banco e (b) a tal auditoria não tinha nada a ver com o assunto. Duas cajadadas na sua autoridade “moral” e política.
Aflito com as possíveis consequências na boa fama do seu protégé, o senhor de Belém apressou-se a vir a terreiro salvá-lo dos seus algozes, limpando-lhe a sujeira e condenando, por omissão, o das finanças por falta de lealdade ou coisa que o valha. E foi muito mais longe: anunciou que, nos tempos e anos vindouros, continuarão os dois juntinhoa, a trabalhar como equipa de amigos, para nosso bem. É de estalo, não é?
Pode a presidencial boia salvar o primo-ministerial náufrago. Para o IRRITADO, como é de calcular, nem um nem outro se devia salvar desta.
Dorme, povo, dorme. Prouvera que quando acordares não seja tarde demais.
13.5.20