FARÇA ANIMALESCA
Se há coisa, na política portuguesa, que faça rir, é o trágico-cómico caso da rapariga das “framboesas em túnel”. De nada lhe valeu o photoshop dos cartazes, nem o seu acendrado amor aos gatos e quejandos. Depois da barracada que deu durante o mandato e durante a campanha, a criatura esperneia, diz que não se demite, não quer congressos nem martingalas do estilo, pelos vistos antidemocráticas. É até capaz de dizer que fez tudo muito bem e que os maus são os gatos do saco do partido. Tem razão: a Catarina não se demitiu, o Jerónimo também não, o Rio anda aos bonés, porque havia ela de se ir embora?
Os gatos, em vez de se arranhar uns aos outros, saem do saco, fogem dela como o diabo da Cruz. Malandros. Aos magotes! Ela, que queria consultar as bases (quais bases?), uma a uma, para se safar! Coitadinha, nem os Faulty Towers eram capazes de ter tanta piada. Os gatos, fora do saco, deram corda aos pés e, unhas de fora, não param de a arranhar. Pobre rapariga que tão estremosa era para com todos. Diga-se que reage como pode: os que não se puzerem a milhas são despedidos, e pronto. Facto é que a gataria decidiu que não quer nada com negociantes de agricultura intensiva, coisa que é própria de latifundiários e de outras espécies que gostam mais de touros de lide do que de gatos. Até o papa do PAN, um tal Silva, está contra ela, anda na televisão e nos jornais a chamar-lhe nomes. Canalha!
A rotunda senhora é capaz de ficar sozinha. Assim , propõe o IRRITADO, cheio de solidariedade, que seja ela a única “base” a consultar. Vê-se ao espelho, e pronto: reelege-se a si mesma por unanimidade. Ficará assegurada a continuidade da parvoice. Em alternativa, talvez o melhor talvez fosse dar também à sola e, cheia de amor, ir pentear macacos.
10.2.22