FRASES LAPIDARES, SEGUNDO O “EXPRESSO”
Presidentes e presididos
Diz o nosso (deles) Presidente que, se fosse presidente do PSD, tal o impediria de ser “presidente de todos os portugueses”, boutade largamente usada pelos seus antecessores, insinuação tendente a meter na cabeça dos incautos e dos ignorantes (que deve ser como consideram a canalha) que há uma ligação institucional ou afectiva entre eles e nós.
Tanto o actual como todos os outros têm por obrigação respeitar e fazer respeitar a Constituição da III República (não confundir com Constitução Portuguesa, coisa que não existe), a Constitução é da República, não do país. Ora tal Constituição da República diz, preto no branco e sem rodriguinhos ou alíneas, que o presidente é Presidente da República e de nada mais. Razão pela qual a história do presidente de todos os portugueses é inconstitucional e devia ser proibida. Que presida à III República, vá. A mim (nós) não preside de certeza.
Já agora, como diz Passos Coelho, “ainda bem que ele não é o presidente do PSD”. Já foi, e os resultados foram o que foram.
Acordos e embaraços
Dando corpo à teoria dos consensos e dos acordos patrióticos por aí tão tidos por necessários, veio o chamado primeiro-ministro lamentar-se por haver uma coisa em que está de acordo com o chefe da oposição. Um “embaraço” disse ele. Aqui temos a expressão sincera do patriotismo do fulano, ou seja, das baias, ou varais, da geringonça.
Feelings
De volta às presidenciais intervenções, há que notar que já não são só de louvaminhas e ratatés à geringonça; passaram a ser de futurologia. O Presidente tem um feeling – não um dedo que adivinha, não um desejo, só um anglo-saxónico estado de alma – “que as exportações portuguesas em Novembro vão crescer muito”. Não se sabe de que pré-monições ou bolas de cristal se vale sua excelência. Mas, se Outubro serve de exemplo, é de temer que as bruxas que vicejam na santa alma presidencial o tenham enganado.
Cosmologia
Esse heróico navegador dos mares do nacional-parlapatismo, o camarada Caramba, perdão Galamba, em súbita inspiração cosmológica, veio afirmar que “não há nada escrito nas estrelas que impeça um governo com ministros do BE e do PCP”. Tem carradas de razão: as estrelas estão-se nas tintas para o caramba e para a geringonça. O que fica é o alto e doce sonho do homem: ele, ministro da propaganda, lado a lado com a Mariana, ministra da correcção, e com a Rita Rat...o, ministra dos cabeleireiros. Uma pena que se tenha esquecido da Heloísa, que daria uma óptima ministra da gritaria. Fica a intenção, sobretudo para os que ainda não perceberam para onde vai o barco.
11.12.16